sexta-feira, 17 de abril de 2009

Tráfico Humano e de Orgãos na Ásia

A Ásia é actualmente um dos continentes que mais padece de tráfico humano, nos últimos anos, cerca de 30 milhões de mulheres e de crianças foram vítimas de tráfico. Por ano, certa de 300 mil mulheres e crianças são vítimas de tráfico humano, que, contribui para a disseminação do HIV.
No geral, pode-se dizer que todos, ou quase todos os países asiáticos padecem de tráfico Humano e de Órgãos, numa espécie de intercâmbio de pessoas, considerando que há tailandeses (as) a ir para a China, cambojanos a ir para o Vietname, etc… Os países dos quais mais pessoas são traficadas são a Tailândia, Cambodja, China, Indonésia, Laos,
O tráfico de órgãos tem aumentado na Ásia, sendo que os países mais afectados são a China, e as nações mais pobres do Sudeste Asiático, como o Camboja, Indonésia, Laos, a Birmânia, as Filipinas e o Vietname.

JAPÃO

No Japão, um dos países asiáticos com maior índice de Tráfico Humano, os traficantes são geralmente Yakuzas (Crime organizado / Máfia Japonesa).
Este é o principal país de destino para mulheres e crianças vindas maioritariamente da China, Sudeste Asiático (Filipinas e Tailândia, sobretudo), Europa de Leste e em números menores, da América Latina, que são traficadas para exploração sexual e laboral.
As vítimas de tráfico são obrigadas a “trabalhar” em bares de strip, sex shops, como acompanhantes ou mesmo a prostituírem-se, etc. As mulheres também vão trabalhar para o Japão voluntariamente sendo exploradas depois no emprego.
Estima-se que cerca de 300,000 mulheres e crianças de países do sudeste asiático estejam em território japonês para tráfico sexual.
Mais de 150,000 chinesas, coreanas, taiwanesas e tailandesas estão envolvidas na prostituição.
O Japão tem também uma quantidade considerável de tráfico interno de mulheres e raparigas para exploração sexual.
As vítimas de tráfico humano são colocadas em abrigos para vítimas de violência doméstica, os abrigos têm sido criticados pois não oferecem apoio em outras línguas que não o japonês. O governo japonês dá apoios financeiros às vítimas e subsidia a sua repatriação, no entanto, nem sempre admite as vítimas como tendo sido vítimas e classifica-as como sendo criminosas.
O governo japonês distribuiu cerca 500,000 folhetos em várias línguas para as vítimas de tráfico que procuram ajuda e doou dois milhões de dólares à Tailândia e Filipinas para apoio aos esforços anti-tráfico humano. Não obstante, os esforços do governo japonês em conter o tráfico humano e proteger as vítimas já se vão sentindo, o ministério japonês deverá começar a treinar tradutores para apoiar mulheres estrangeiras vítimas de tráfico humano.

CHINA

A República Popular da China é, também, um país onde o tráfico humano ocorre com bastante frequência, seja como fonte de fornecimento de mulheres ou de destino das mesmas.
As mulheres e crianças chinesas são traficadas para exploração sexual e laboral, casamentos forçados, adopção ilegal, e etc, são na maior parte das vezes para países como a Malásia, Tailândia, Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Japão, Itália, Singapura, África do Sul e Taiwan, entre outros.
A China é também destino de mulheres e crianças vindas da Mongólia, Coreia do Norte, Rússia, Vietname, Ucrânia e Laos para exploração sexual e laboral. Muito/as norte coreanos emigram para trabalhar na China, sendo depois explorados.
As crianças são recrutadas para o tráfico, sobre a promessa de que enviarão dinheiro aos seus pais. São também raptadas e vendidas para a adopção ilegal.
Nas zonas mais pobres as mulheres são traficadas e depois vendidas a homens para se casarem com eles (na China há um número de mulheres inferior ao dos homens, há muitos abortos e as meninas são mortas à nascença pois apenas os homens é que carregam o nome de família, daí ser “necessário” traficar mulheres).
Nas zonas mais ricas, as mulheres traficadas são vendidas para o negócio do sexo.
A China tem uma quantidade significativa de tráfico interno, sendo que são traficadas internamente entre 10,000 e 20,000 pessoas por ano. As organizações internacionais crêem que 90% do tráfico interno é composto por mulheres e crianças.
O tráfico de órgãos na China, só muito recentemente é que passou a ser ilegal, sendo que uma nova lei que proíbe a sua compra e venda e obriga a que as doações sejam voluntárias.
Muitas pessoas que precisam de um transplante de órgão recorrem a este país, onde grande parte da "matéria-prima" é fornecida por presos condenados à morte e por doadores pobres, e onde este negócio é muito lucrativo.
Alguns indivíduos mais pobres não hesitam (assim como noutros países emergentes como a Índia e o Paquistão) em vender um dos seus rins.
Na China, os presos que tiverem a pena de morte como sentença são obrigados a doar os seus órgãos.
O rápido desenvolvimento económico da China e a migração interna em massa criou oportunidades para os traficantes aliciarem mulheres e raparigas que migram ainda jovens.
As zonas rurais, onde há menos conhecimento sobre o assunto e protecção, são as áreas onde é mais provável que aconteçam raptos de mulheres e crianças para tráfico.
O governo chinês providencia abrigo para as vítimas de tráfico, no entanto, grande parte das vítimas não tem quaisquer apoios, algumas vítimas norte coreanas são deportadas de volta para o país de origem e as vítimas que se encontram envolvidas na prostituição são por vezes punidas como criminosas.
As vítimas que regressem do estrangeiro, não têm apoios nenhuns.

Em determinadas províncias foram criados seminários e entregues panfletos a divulgar informações de maneira a prevenir futuros casos, a divulgar números de telefone para apoio às vítimas, foram criados anúncios televisivos.

All-China Women's Federation

A “The All-China Women's Federation” é uma organização de mulheres, fundada em 1949. Foi construída com o apoio do partido comunista Chinês.
Os objectivos desta organização são:

- Representar e garantir os direitos das mulheres;
- Promover a igualdade de direitos entre o sexo masculino e feminino;
- Educar as mulheres chinesas a melhorar a sua auto-estima, confiança, para que se possam desenvolver em todas as áreas;
- Unir e mobilizar as mulheres para embarcarem modernização socialista do país, promover o desenvolvimento económico e o bem-estar social no mesmo;
- Consolidar a unidade entre as mulheres de todos os grupos étnicos da China;
- Desenvolver relações amigáveis com as mulheres de Hong Kong, Macau, Taiwan e com todas as chinesas que estejam noutros países;
- Promover a reunificação da China;

No final de 1995, assumia-se como uma organização não governamental, e é considerada a maior organização não governamental da República Popular da China e tornou-se um dos maiores veículos do desenvolvimento do feminismo na China.

OUTROS PAÍSES ASIÁTICOS

A Tailândia, um país conhecido pelo grande índice de prostituição, o Vietname, no qual, segundo a UNICEF, um terço das prostitutas têm menos de 18 anos, a Indonésia, onde muitas mulheres são traficadas e exploradas por “turistas do sexo”, nas Filipinas, onde foi criada a “GABRIELA”, associação que pretende ajudar à prevenção do tráfico de mulheres, na Coreia do Sul, no Laos, em Taiwan, em Timor Leste, em todos este países se estabelecem intercâmbios de pessoas com o objectivo de as explorar, seja laboralmente, sexualmente, casamentos forçados, etc.
Esta é a realidade do tráfico humano na Ásia, os governos dos países tomam medidas para o controlar, mas na realidade têm pouca eficácia, pois milhões de pessoas continuam a ser traficadas no continente, sem que os responsáveis sejam punidos.
Os países que mais focámos foram a China e o Japão que são os países que mais traficam e mais recebem traficados, respectivamente, numa tentativa de mostrar os “dois lados da moeda” de uma maneira mais aprofundada. Os restantes países asiáticos, talvez por serem mais pobres, não recebem nem traficam em tanta quantidade, mas é claro, representam uma grande parcela do tráfico humano na Ásia, disso não há dúvidas.

"Tailândia e Vietname assinam acordo contra tráfico de seres humanos"

O tráfico Humano não é um fenómeno do mundo moderno, mas ainda é muito praticado, tendo como objectivo, na maior parte das vezes, a prostituição. Com o intuito de conter esta prática, os governos da Tailândia e Vietname assinaram um acordo contra o tráfico de seres humanos.
Para se ter uma ideia da gravidade, entre 2005 e 2007 a polícia do Vietname registou 900 casos de tráfico, no qual estavam incluídas de 2.200 pessoas. Vale a pena ressaltar que estes são os casos registados, não dá para saber a dimensão real deste problema, pois os casos que são registados são, muito provavelmente uma minoria.
Muitas mulheres deixam-se atrair por promessas de trabalho e acabam na prostituição ou num casamento forçado.
No Vietname suspeita-se que grande parte das 20.000 mulheres e crianças dadas por desaparecidas no país no ano passado, tenham sido vítimas de redes de traficantes conectadas com países europeus, Estados Unidos, Rússia, China e Cambodja.

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL361120-5602,00-TAILANDIA+E+VIETNA+ASSINAM+ACORDO+CONTRA+TRAFICO+DE+SERES+HUMANOS.html

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